Gaby Cairo falou de João Rodrigues e Pablo Álvarez, além de... Jorge Silva «que representa a velha escola»

 


Gaby Cairo foi um dos mais emblemáticos e temíveis avançados do hóquei em patins durante mais de duas décadas. O argentino ganhou a principal fama no FC Barcelona, tornou-se lenda dos Culés - o palmarés justifica bem o epíteto - e agora está de regresso ao clube pela mão de Joan Laporta. Encontramos o antigo jogador no Luso, por altura da fase de grupos da Liga Europeia e não perdemos a oportunidade para saber como está a ser o regresso ao Barcelona «É emocionante (estar de volta). São muitos anos, claro que continuo ligado, pois tenho os meus campus de Verão, o meu filho joga no escalão de juvenis do FC Barcelona, portanto continuo ligado, mas claro que voltar ao máximo nível, mesmo não sabendo ao nível de clube se vou estar ligado à secção ou noutra parte dentro clube, mas regressar aquela que foi a minha casa é uma emoção muito grande».

Gaby Cairo deixou de jogar há quase vinte anos. A modalidade mudou, com naturalidade garante o antigo hoquista, que explicou o que vê agora de fora: «Tudo foi evoluindo, é um desporto mais físico, há uma maior preparação por parte dos jogadores, vemos defesas muito mais exigentes e há habilidades técnicas, que são mais fáceis de mostrar por causa dos livres diretos. Nós tínhamos que trabalhar um pouco mais e com defesas mais agressivas, um hóquei mais lento, com marcações mais em cima e menos opções de um contra um, como há agora. Mas evoluiu para melhor e temos de trabalhar para continuar a evoluir». E com tanta mudança, que estilo de jogador seria nos dias que correm seria Gaby Cairo? A resposta meteu dois portugueses no barulho.

«Sempre fui um jogador que joguei sem bola, atualmente no Barcelona há Pablito Álvarez que joga sem bola, João Rodrigues que é um jogador que joga muito bem na área. Há jogadores que dominam bem a zona interior e neste torneio vimos jogadores que dominam bem essa zona. Jorge Silva, que luta muito pela bola, um jogador da velha escola, diria eu e perdeu-se um pouco o jogador sem bola, pois o jogo mudou um pouco. Jogar sem bola já não é possível, por causa da rapidez que leva o jogo, mas diria que aqueles que considero mais parecido com o jogo são o João Rodrigues e o Pablito Álvarez.» Gaby Cairo é o irmão mais novo do clã Cairo que brilhou com a camisola celeste, juntos venceram o único ouro olímpico da modalidade, em 1992, precisamente em Barcelona, no Palau Blaugrana tão querido para Gaby. Os irmãos nunca estiveram perto de atingir o estrelato que atingiu Gaby Cairo. Mas todos eles foram mais três filhos da Cuna del Hockey. São mendoncinos, mas não deixam de ter San Juan como província vizinha e para Gaby Cairo é um felicidade ver compatriotas a triunfar. No meio dos elogios a Darío Giménez ou a atletas que tiveram no Mundial de Sub-20 em Vilanova em 2015, Cairo falou sobre Danilo Rampulla.

Gaby Cairo conquistou quase quarentena títulos coletivos na carreira e é um raros atletas da modalidade que ganhou mesmo tudo, até aqueles Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992.

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